Tradicionalmente, seguros são comercializados por meio de corretores, bancos e seguradoras. Produtos variados, como seguros de vida e automóvel, sempre foram apresentados como soluções específicas para proteção contra riscos e incidentes que afetam famílias, bens e serviços.
No entanto, com o avanço da tecnologia digital, um novo modelo de oferta de seguros está ganhando destaque: o embedded insurance.
O que é embedded insurance?
Nesse modelo, a venda de seguros se integra à jornada de compra de bens ou serviços. Por exemplo, ao adquirir um imóvel, o cliente pode optar por contratar um seguro residencial ou, ao contratar um crédito, incluir um seguro prestamista que o proteja contra imprevistos que possam comprometer o pagamento.
Essa integração já era possível no mundo analógico, mas por meio de processos morosos, com intervenção humana e burocracia, por exemplo, nas agências bancárias. No cenário atual, com a digitalização crescente do consumo de bens e serviços, especialmente por canais digitais, as oportunidades de vender seguros em diversas situações e momentos-chave do processo de compra aumentaram exponencialmente.
Por um lado, seguradoras e empresas de diversos setores estão desenvolvendo soluções que consideram a jornada de compra e a adequação do seguro ao contexto dos clientes. Na outra ponta, há uma demanda crescente de consumidores com DNA digital. No Brasil, temos uma maior participação das gerações millenials e Z na economia, e, especificamente no setor financeiro, temos uma população diversa que se acostumou a comprar, pagar e receber via canais digitais. Soma-se a isso o grande número de fintechs no país, que ultrapassa 2 mil empresas. Algumas das mais bem-sucedidas, como Nubank, PicPay e Banco Neon, detém dezenas de milhões de clientes que transacionam predominantemente online.
O aspecto mais interessante do embedded insurance é que a oferta de seguros não será restrita às instituições financeiras. Empresas de setores como turismo, imobiliário, entretenimento e transportes podem oferecer seguros diretamente relacionados aos seus produtos e serviços. Dessa forma, além de oferecerem proteção relevante aos seus clientes, fortalecem seus ecossistemas e geram receitas adicionais.
Qual o Papel da Tecnologia neste Modelo?
Os seguros estão sempre relacionados a riscos futuros e diversas variáveis. Personalizar ofertas e compreender os riscos envolvidos exige acesso a um grande volume de dados e a capacidade de correlacioná-los de forma assertiva. Nesse contexto, a tecnologia assume um protagonismo inédito no setor.
Os players pioneiros no embedded insurance já utilizam tecnologias como inteligência artificial (IA) e processos automatizados para otimizar e escalar operações, incluindo análises de perfil, subscrição de seguros e personalização de ofertas. A tecnologia tem transformado toda a cadeia de relacionamento com os clientes, abrangendo desde o atendimento até o processamento de sinistros, colocando o segurado no centro da experiência. A tecnologia ainda se revela crucial oferecendo alternativas de integração de sistemas e softwares, via APIs por exemplo, e ao endereçar as premissas de escalabilidade e segurança. Todos esses componentes são chave para as jornadas com soluções embedded.

Quais são as projeções de embedded insurance no mundo?
O mercado global de embedded insurance deve crescer de US$ 13 bilhões para mais de US$ 70 bilhões em prêmios emitidos até 2030, segundo o Boston Consulting Group (BCG), o que representa uma taxa de crescimento anual de 23%. Um crescimento quatro vezes acima da média da indústria de seguros, com previsão de avançar pouco acima de 5% ao ano nesse período.
Para sustentar esse avanço, seguradoras, insurtechs e parceiros como fintechs, e-commerces e plataformas digitais investem em integrações com mínima fricção técnica, usando APIs, agentes de IA e outras ferramentas plug-and-play. O objetivo é oferecer uma experiência fluida e contextual para o cliente final.
Oportunidade promissora para o Mercado Brasileiro
O modelo de embedded insurance é particularmente promissor no Brasil. A penetração de seguros no país é baixa, e a aquisição desses produtos ainda não é um hábito consolidado, diferentemente do que se pode constatar nas economias desenvolvidas. A oferta contextual, em que o seguro está diretamente ligado a um produto ou serviço em transação, aliada à facilidade com que os brasileiros consomem em ecossistemas digitais, favorece o crescimento do setor via oferta embedded.
Do lado da oferta, o Brasil conta com fintechs, bancos, cooperativas e um setor varejista robustos. O investimento em tecnologia nesses segmentos já é elevado e tende a crescer ainda mais.
Como a inteligência artificial se integra ao modelo embedded insurance?
Com o avanço da inteligência artificial, o comprometimento das empresas com a inovação tende a se intensificar, ampliando a capacidade de personalizar serviços, processar grandes volumes de dados e oferecer uma melhor experiência e mais privacidade nas transações. O perfil digital driven dos brasileiros se encaixa perfeitamente nesse movimento de transformação tecnológica que vem redefinindo o sistema financeiro e diversos outros setores.
Mais especificamente, além das APIs, cresce a tendência de integrações feitas por meio de agentes de IA de parceiros que se conectam diretamente aos agentes das seguradoras ou insurtechs. A 180 Seguros já atua de forma pioneira com parceiros para operacionalizar esse modelo, tornando a integração mais fluida e permitindo interações conversacionais entres os clientes dos parceiros e os sistemas da 180.
Aqui na 180 Seguros estamos entusiasmados e prontos, via tecnologia proprietária e expertise em customização de produtos e jornadas de aquisição de seguros, para atuar com parceiros que têm potencial de adesão ao modelo de embedded insurance.
Para nós, a visão é de que futuramente todas as empresas que apresentarão ofertas de serviços de fintechs também poderão abranger o setor de seguros. No futuro, todas as empresas serão insurtechs!
